Planejamentos

Texto “Condições de vida dos escravizados na mineração”

Aprender a identificar relações de causa e consequência implícitas no texto.

  • Então, porque, depois, por isso, como – que funções cumprem essas palavras no texto?
  • Elaborar representações esquemáticas – diagrama de enlace
  • Verbos de definição, descrição e existência
  • Causalidade suprimida
  • EF04HI01 - Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano no tempo e no espaço.
  • EF04HI06 - Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.
Passo 1

Definir os objetivos de aprendizagem

A partir da leitura desse texto, espera-se que os alunos identifiquem as condições adversas de vida a que eram submetidos os trabalhadores negros, escravizados na mineração. O texto introduz o conceito histórico de “carta de alforria”, documento pelo qual pessoas escravizadas podiam obter a liberdade que lhes tinha sido negada no Brasil colonial.

Texto

Condições de vida dos escravizados na mineração

A época mais propícia para a exploração do ouro era o inverno, pois chovia pouco. Os escravizados eram obrigados a trabalhar nas águas geladas dos rios durante muitas horas seguidas.

Nos túneis e nas galerias subterrâneas das minas, as condições de trabalho também eram ruins. Havia pouca ventilação e iluminação. A poeira que as pedras soltavam provocava doenças respiratórias. Muitos não resistiam mais do que sete anos trabalhando nesses locais.

Apesar disso, os escravizados mineradores tinham mais oportunidades de conquistar a liberdade. Alguns conseguiam burlar a vigilância dos feitores e desviar um pouco do ouro encontrado. Desse modo, podiam comprar uma carta de alforria.

Fonte: 

EDIÇÕES SM. Aprender Juntos: Ciências, História e Geografia. 4º ano, 1ª edição. p. 94. São Paulo, SP, 2017.

Relação do texto com a BNCC de História

O texto oferece oportunidades para que os alunos continuem a perceber a História como resultado da ação do ser humano, na medida em que entendem que o processo de descoberta e exploração de metais preciosos no Brasil impôs transformações nas condições de vida das populações negras que os colonizadores portugueses escravizaram para trabalhar na mineração (EF04HI01). Destacam-se alguns dos riscos que enfrentavam ao realizar as atividades necessárias para a extração do ouro das encostas dos morros.

Por fim, a consideração das manobras e recursos que os escravizados mineradores tinham que utilizar para obter suas cartas de alforria permite que os alunos conheçam um modo de adaptação (EF04HI06) exercido por participantes desse contexto histórico específico. Assim, podem traçar paralelos entre as estratégias citadas nesse texto e as formas de resistência estudadas em planejamentos anteriores.

Código BNCC Habilidade da área de História
EF04HI01 Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano no tempo e no espaço, com base na identificação de mudanças e permanências ao longo do tempo.
EF04HI06 Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.

Relação das atividades com a BNCC de Língua Portuguesa

Conforme será detalhado nos próximos passos, as atividades que propomos para ensinar e aprender a estudar textos, além de favorecer a apropriação de conhecimentos históricos, contribuem para alcançar objetivos previstos nas diretrizes da área de Língua Portuguesa. 

Na medida em que os alunos são convidados a participar da leitura, comentário e análise de textos, espera-se que desenvolvam também conhecimentos letrados próprios dos campos de estudo e pesquisa, incluindo os eixos de:

  • Oralidade
  • Análise linguística/semiótica
  • Leitura/escuta
  • Produção de textos
Passo 2

Entender o texto para ensinar melhor

Para tomar decisões sobre como organizar o trabalho pedagógico em torno da leitura de um determinado texto, é importante atentar-se não só ao conteúdo histórico estudado, como também à forma em que ele é apresentado.

A partir de uma análise minuciosa das características da linguagem de cada texto, como a que apresentamos a seguir, é possível antecipar intervenções produtivas a serem incorporadas no seu planejamento.

Veja o resultado da anotação do texto

Depois de analisar detalhadamente o texto “Condições de vida dos escravizados na mineração”, sugerimos elaborar um quadro de síntese que ajude a visualizar a relação entre conteúdo e linguagem que estará em jogo durante as atividades de leitura.

Veja o quadro de análise desse texto

Conforme pode ser visto no quadro acima, os PARTICIPANTES do texto são referidos principalmente por meio do coletivo humano “os escravizados mineradores”, bem como os pronomes indefinidos “alguns” e “muitos”. Também encontramos os seguintes participantes não humanos: “a época” mais propícia para a exploração do ouro e “as condições de trabalho” nas minas, ambos no centro dos processos históricos relatados.

Os ACONTECIMENTOS descrevem tais condições (“eram ruins”):

  • nos leitos dos rios, “os escravizados eram obrigados a trabalhar nas águas geladas [...] por muitas horas seguidas”;
  • nos morros, tinham que retirar pedaços de rocha de galerias subterrâneas onde “havia pouca ventilação e iluminação”.

Ao longo do texto, diversas expressões são utilizadas para indicar relações de CAUSALIDADE entre os acontecimentos:

  • o conector “pois” esclarece que, pelo fato de chover pouco no inverno, essa era a melhor época para a exploração do ouro;
  • o verbo causal “provocava” explica que devido à poeira que as pedras soltavam, os trabalhadores escravizados sofriam doenças respiratórias;
  • o conector “desse modo” informa que, ao conseguirem desviar parte do ouro que eles mesmos extraíam, as pessoas escravizadas podiam obter a liberdade, adquirindo uma carta de alforria.

Também identificamos relações causais que não estão marcadas explicitamente pelo uso de palavras específicas (causalidade suprimida). Por exemplo, é preciso inferir que as doenças respiratórias ocasionadas pela inalação de poeira nas galerias subterrâneas tinham uma consequência: faziam com que “muitos [escravizados] mineradores não resistissem mais do que sete anos trabalhando nesses locais”.

Saiba mais

Para entender melhor as características do texto, alguns conceitos podem ser úteis.

1. Causalidade suprimida: As relações causais estabelecidas entre as sequências de acontecimentos nem sempre são marcadas explicitamente por palavras ou expressões específicas, assim como no caso dos verbos ou conectores causais. Compreender tais relações exige que o leitor seja capaz de identificá-las e restituí-las.

Vamos observar como a introdução de conectores permite desvendar a causalidade implícita entre acontecimentos relatados no texto:

2. Verbos de definição, descrição e existência: São aqueles que permitem caracterizar estados ou modos de ser, bem como informar a existência de participantes. Observemos os exemplos a seguir:

MODERNA. Projeto Buriti – História. 4º ano, 1ª  edição. p. 98. São Paulo, SP, 2011.

No primeiro enunciado, o verbo “eram” introduz a descrição das principais atividades dos vaqueiros e, no segundo, apresenta uma definição dos fábricas como ajudantes desses participantes. Por fim, o mesmo verbo serve para expor uma característica que vaqueiros e fábricas tinham em comum: eram, em sua maioria, homens livres. Em todos os casos, o texto estabelece relações de equivalência entre as informações que o verbo conecta.

MODERNA. Projeto Buriti – História. 5º ano, 1ª edição. p. 26. São Paulo, SP, 2011.

Já no segundo exemplo, os verbos informam a existência de participantes.

Tanto os verbos de descrição/definição quanto os de existência (“ser”, “estar”, “ter” e “haver”) são utilizados para apresentar informação contextual.

Passo 3

Usar a linguagem para melhorar compreensão

No texto “Condições de vida dos escravizados na mineração”, podemos reconhecer partes com funções diferenciadas: umas que descrevem e outras que explicam as péssimas condições de trabalho a que eram submetidas as populações negras escravizadas na mineração.

  • Por um lado, o texto caracteriza o trabalho nos leitos dos rios e nas galerias subterrâneas como “ruins” e enumera as ações realizadas pelos mineradores escravizados nesses locais, criando uma representação de como eram suas condições de vida a partir daquilo que os portugueses os obrigavam a fazer (“trabalhar nas águas geladas durante muitas horas seguidas”).

  • Por outro lado, o texto explica o porquê dessa caracterização, especificando as consequências que os trabalhadores sofriam por ter que inalar a poeira desprendida das pedras nas galerias subterrâneas: doenças respiratórias que faziam com que não sobrevivessem mais do que 7 anos.

Por fim, o texto esclarece um dos motivos pelos quais as populações negras que foram escravizadas nas minas tinham mais oportunidades de comprar sua liberdade do que aquelas que se encontravam submetidas à escravidão em outros contextos (por exemplo, na produção de açúcar nos engenhos).

O texto, portanto, exibe tanto sequências explicativas como descritivas que precisam ser analisadas de modo intencional no trabalho com os alunos.

Passo 4

Juntando as peças do quebra-cabeça

A seguir, propomos um conjunto de atividades a serem realizadas antes, durante e depois da leitura do texto “Condições de vida dos escravizados na mineração”, considerando os aspectos da linguagem que foram analisados nos passos anteriores.

Para te ajudar a enriquecer a implementação das atividades na prática, disponibilizamos explicações detalhadas e exemplos de perguntas-guia para cada etapa proposta.

Ao final da página, você poderá baixar gratuitamente os materiais necessários para o trabalho em sala de aula.

Antes da leitura

Como preparar os alunos para aprender com o texto?

Atividades para realizar em sala de aula

  • Resumir o que conhecem sobre o tema, recuperando as aprendizagens construídas até o momento e as perguntas ainda por resolver.
  • Listar dúvidas, conjecturas e perguntas sobre o tema: Que relação havia entre os modos de extração e as condições de trabalho que eram impostas às pessoas escravizadas tanto nos rios quanto nos morros?
  • Definir conceitos-chave: Ler o conceito apresentado no box informativo (“CARTA DE ALFORRIA”) e incorporá-lo nas perguntas ou antecipações formuladas anteriormente.
Organização da turma Materiais
Realização de forma coletiva
  • Texto original.
  • Lousa ou cartaz para registrar as questões e conjecturas dos alunos.

Por isso, as perguntas e intervenções do professor devem:

  • Mobilizar o que os alunos já sabem, a fim de ancorar o estudo do texto nos seus conhecimentos prévios.
  • Ajudar a explicitar as dúvidas e curiosidades dos alunos sobre o conteúdo.

Dessa forma, é possível criar um propósito compartilhado para a leitura que oriente a recepção geral do texto.

Definir conceitos-chave

De acordo com a dificuldade do texto, devemos avaliar se é oportuno oferecer definições e explicações sobre o conteúdo e a estrutura do texto antes da leitura. As explicações prévias oferecidas preparam a mente dos alunos e garantem maior sucesso na compreensão inicial do texto:

  • definindo conceitos-chave que são de significado desconhecido para os aprendizes; ou
  • oferecendo uma versão dos fatos ou processos relatados em linguagem comum, antecipando também a ordem e a forma em que aparecem explicados no texto.

A partir de questões como essas, é possível ter acesso aos conhecimentos prévios dos alunos e explorar mais a fundo as conexões que estabelecem com os novos conteúdos estudados.

No caso do texto “Condições de vida dos escravizados na mineração”:

  • Por meio de associações e conjecturas baseadas no que já sabem sobre o funcionamento das cartas, os alunos podem se perguntar quem escrevia e quem recebia as “cartas de alforria”?
  • Uma maneira de ampliar esses questionamentos é indagar pelos tipos de cartas com as quais os alunos já tiveram contato: aquelas que trocamos com seres queridos, aquelas que circulam em meios “oficiais” (por exemplo, a escola). Para que servem?

Durante a leitura

Como ler em voz alta para favorecer a compreensão?

Atividades para realizar em sala de aula

  • Realizar uma leitura expressiva, em voz alta, do texto:
    • colocando em destaque os enlaces referenciais (“muitos”, “alguns”, “apesar disso”);
    • enfatizando as palavras e expressões que indicam relações de finalidade (“para a exploração do ouro”) e causalidade (“pois”, “provocava”, “desse modo”).
  • Retomar as principais informações apresentadas e identificar a necessidade de releitura do texto, verificando conjuntamente as questões que ainda não foram resolvidas.
Organização da turma Materiais
Realização de forma coletiva
  • Texto original.
  • Lousa e formato para os alunos verificarem as hipóteses e conjecturas registradas antes da leitura.

Para isso, ouvir a leitura em voz alta feita por um leitor mais experiente pode ajudar a focalizar a atenção compartilhada dos alunos sobre o texto. Neste momento, algumas intervenções são importantes:

  • Antecipar formas de usar a sua voz e seus gestos para dar ênfase ao que o texto diz, a como diz, ao que quer dizer.
  • Promover a identificação conjunta de questões que não foram resolvidas e precisam de um estudo mais aprofundado do texto.

Como professor, você já estudou conosco aspectos relacionados ao conteúdo e à linguagem dos textos e, por essa razão, é capaz de ajudar os alunos a explicitar suas incompreensões e formular novas perguntas, motivando-os a participar das atividades de releitura e a realizar anotações no texto.

Realizar uma leitura expressiva, em voz alta, do texto

A leitura em voz alta que propomos é aquela feita pelo professor, que se coloca como modelo de leitor para seus alunos.

Por ter estudado o texto em profundidade e conhecer os objetivos de aprendizagem esperados, o professor consegue enriquecer a leitura com gestos faciais e corporais apropriados, modificando o volume e o tom de voz para ajudar a manter e guiar a atenção dos aprendizes.

O uso intencional da voz, dos gestos faciais e corporais estimula a percepção de maior número de detalhes e o acompanhamento do fluxo da informação e das relações expressas, dando aos alunos a oportunidade de pensar mais e melhor sobre aquilo que está sendo explicado no texto.

Identificar a necessidade de releitura do texto

Após a leitura em voz alta, o professor novamente será o encarregado de agir como modelo de quem formula perguntas ao texto e reconhece aquilo que ainda gera dúvidas, convidando os alunos a participar das atividades de releitura e anotação.

Questões como essa podem ajudar os estudantes a perceber a necessidade de ampliar a sua compreensão do vocabulário, bem como das relações entre as unidades informativas apresentadas no texto (de causalidade, temporalidade, composição, contraste).

Aprofundando a leitura

Como explorar juntos o vocabulário e a estrutura do texto?

Atividades para realizar em sala de aula

  • Quem fez o quê? Onde? Como? Para que? Analisar as relações entre os participantes e os processos-chave
    • Reler o texto em voz alta, com apoio do cartaz ou do texto projetado.
    • Comentar as informações apresentadas em cada parte do texto, destacando o paralelo entre as condições de trabalho nos leitos de rios e nas galerias subterrâneas.
  • Então, porque, depois, por isso, como – que funções cumprem essas palavras no texto?
    • Formular perguntas que levem os alunos a localizar e citar as partes do texto que respondem aos objetivos de compreensão: Que parte do texto explica como era…?
    • Destacar expressões como “pois”, “provocava” e “desse modo”, usadas para apresentar relações de causalidade no texto: “Que palavras nesse trecho nos informam por que...?”
  • Muitos, alguns, disso – a que ou a quem se referem essas palavras no texto?
Organização da turma Materiais
Realização de forma coletiva
  • Você precisará de uma versão do texto “espacializado” ou reformatado em cola et commata (seja uma transcrição na lousa, um cartaz impresso ou uma projeção utilizando datashow).
  • As crianças também devem ter acesso a uma folha com essa versão do texto.

Ao reler os textos com a mediação do professor, os alunos têm a oportunidade de identificar, localizar, anotar e comentar a linguagem utilizada para descrever, relatar, explicar o que aconteceu, com quem, como, por que, etc. Por sua vez, você como professor tem a chance de observar o raciocínio dos alunos para oferecer pistas ajustadas às necessidades de cada um no processo de aprendizagem. 

Para isso, propomos:

  • Retomar e aprofundar a compreensão das questões levantadas antes da primeira leitura desse texto em particular.
  • Colocar em prática um conjunto de procedimentos de análise, tanto do vocabulário quanto da organização do texto, a fim de que os alunos ganhem autonomia para enfrentar a tarefa de ler para aprender.

Então, porque, depois, por isso, como – que funções cumprem essas palavras no texto?

Com esse tipo de atividade os alunos podem se tornar sensíveis às palavras que oferecem indicações sobre as relações apresentadas no texto e assim são capazes de identificá-las – no caso dos textos de História, relações temporais e causais.

Durante a releitura e análise de trechos, podemos ressaltar e comentar tais palavras e/ou indagar por sua identificação. Por exemplo, durante a leitura de um texto organizado temporal e causalmente, ler com ênfase e sublinhar conectores como “então”, “pois”, “por isso”, “desse modo”, “quando”, “como”, “consequentemente”, etc. Nesse processo, vale questionar e comentar o que essa palavra está indicando, bem como que tipo de informação será encontrada a seguir.

Exemplos de orientações e perguntas-guia

Após a leitura

Como ajudar os alunos a integrar o que aprenderam com o texto?

Atividades para realizar em sala de aula

  • Converter o texto em lista de palavras
    • Organizados em duplas, propor que os alunos selecionem as palavras necessárias para produzir um esquema sobre um dos seguintes temas abordados no texto:
      • As condições de trabalho a que foram submetidas as pessoas escravizadas nos leitos dos rios.
      • As condições de trabalho a que foram submetidas as pessoas escravizadas nos túneis e nas galerias subterrâneas.
      • O modo em que as pessoas escravizadas nas minas podiam obter a liberdade.
    • Propor que os alunos registrem as palavras do texto em cartões recortáveis que serão utilizados nos esquemas.
  • Elaborar representações esquemáticas – diagrama de enlace
    • Juntar as duplas que tenham produzido esquemas com o vocabulário relacionado a temas diferentes.
    • Convidar os novos grupos a elaborar um esquema que sintetize como eram as condições de vida das pessoas escravizadas na mineração.
    • Depois de elaborar um ou vários rascunhos, publicar a versão final dos esquemas no mural da sala dedicado ao estudo de História.
Organização da turma Materiais
Esta atividade deve ocorrer em duas etapas: a primeira, em duplas; a segunda, em grupos.
  • Cartões recortáveis para registrar as palavras do texto.
  • Folhas sulfite para a elaboração dos esquemas.
  • Lápis de cor para incorporar diferentes elementos gráficos.

Assim, espera-se que possam:

  • Usar o que compreenderam para reescrever o conteúdo do texto ou representá-lo esquematicamente (por meio de linhas do tempo, diagramas de fluxo, etc.).
  • Apropriar-se da linguagem dos textos na medida em que vão utilizando-a para comunicar o que aprenderam.
  • Explicitar as conquistas alcançadas e identificar aspectos que ainda precisam ser alvo do trabalho educativo.

Para isso é fundamental que o professor dê espaço para os alunos enfrentarem os desafios propostos, sem “atalhos” que os levem a uma resposta aparentemente certa mas que pouco os ajude a estabelecer conexões por si mesmos e explicitar seu próprio raciocínio para consolidar as aprendizagens propiciadas.

Elaborar representações esquemáticas

A produção de esquemas a partir da releitura e comentário do texto gera oportunidades para resolver dúvidas, enfatizar conceitos e relações, estabelecer conexões com informações procedentes de outras fontes e integrar os aprendizados construídos. Além disso, trata-se de um procedimento que ajuda a memorizar aquilo que foi estudado.

Contudo, os alunos do 4º e do 5º ano do Ensino Fundamental ainda estão se iniciando na compreensão dos diversos tipos de representações gráficas utilizadas para comunicar informações históricas. Por isso, é importante que acumulem experiência lendo e elaborando produções dessa natureza com apoio do professor antes de fazê-lo com autonomia (em duplas ou individualmente).

Uma das condições que precisam ser garantidas é mostrar em que consistem e como funcionam a diversidade de representações esquemáticas usadas para expressar relações categoriais, relações causais e relações temporais.

Diagramas de enlace

Conhecidos também como diagramas de rede ou fluxogramas, servem para comunicar relações causais por meio do uso de linhas e flechas. O sentido das flechas informa a direção de “o que causou o quê?”.

A depender do tipo de conteúdo estudado, os diagramas de enlace podem ter forma linear (“A” causou “B”, que por sua vez causou “C”.) ou não linear. Dentre os diagramas não lineares, destacam-se os “radiais” que vinculam:

  • uma causa a múltiplas consequências (“radiais divergentes”);
  • múltiplas causas a uma única consequência (“radiais convergentes”).

Esta diversidade de recursos gráficos é útil para representar as sequências descritivas e explicativas presentes no texto “Condições de vida dos escravizados na mineração”.

Esquemas de diagramas de enlace lineares (sequenciais) e não lineares (radiais divergentes e convergentes).