Planejamentos

Texto “A administração da colônia”

Aprender sobre os “participantes não humanos” da História e a importância de explicitar “quem fez o quê?”

  • Ele, seu, esse, aquele – a que ou a quem se referem essas palavras no texto?
  • Reescrever fragmentos textuais – definindo conceitos-chave do texto
  • Participantes não humanos
  • Verbos causais
  • EF04HI06 - Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.
  • EF04HI07 - Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.
Passo 1

Definir os objetivos de aprendizagem

A partir da leitura desse texto, espera-se que os alunos identifiquem os motivos que levaram o governo português a colonizar o Brasil e as estratégias que utilizou para administrar seu território. A leitura do texto contribui também para introduzir conceitos históricos novos como: metrópole, colônia, capitanias hereditárias, donatários e Cartas de Foral.

Texto

A administração da colônia

O interesse dos estrangeiros

Até 1530, Portugal não ocupou efetivamente o Brasil.No entanto, o pau-brasil atraía estrangeiros, que desembarcavam frequentemente na costa para extrair essa madeira. O temor de perder a terra para estrangeiros e o desejo de encontrar ouro e prata levaram Portugal a colonizar o Brasil.

A relação entre metrópole e colônia

A colonização foi a estratégia utilizada pelos governos de países europeus para explorar os territórios americanos. O país colonizador era chamado de metrópole, e o território administrado e explorado pela metrópole era denominado colônia. A colônia devia produzir e fornecer mercadorias que tinham muito valor na Europa e, assim, enriquecer a metrópole.

A divisão e a distribuição das terras

Portugal criou as capitanias hereditárias para organizar a administração e incentivar a ocupação do território por portugueses. As capitanias hereditárias eram faixas de terra que iam do litoral à linha imaginária do Tratado de Tordesilhas. Elas foram distribuídas aos donatários, nobres portugueses da confiança do rei, por meio de Cartas de Foral. Essas cartas oficializavam a doação das terras e estabeleciam os direitos e os deveres do donatário.

O estabelecimento do governo-geral

Poucos donatários conseguiram manter e desenvolver as capitanias. Por isso, o rei de Portugal estabeleceu o governo-geral. Nesse sistema, as capitanias continuaram existindo, mas os donatários deveriam obedecer ao governador-geral. Ele era responsável por administrar toda a colônia, comandar a defesa do território contra invasões estrangeiras, explorar as riquezas e construir fortes ao longo da costa.

Fonte: 

MODERNA. Projeto Buriti – História. 4º ano, 3ª edição. p. 56. São Paulo, SP, 2014.

Relação do texto com a BNCC de História

O texto oferece oportunidades para que os alunos reflitam sobre o significado histórico de “colonização”, reparando nas motivações e nas consequências do deslocamento de coletivos de pessoas, especificamente dos portugueses, durante o processo de ocupação do território brasileiro (EF04HI06).

Além disso, para compreender a relação entre metrópole e colônia, os alunos devem conhecer o papel dos caminhos fluviais e marítimos (EF04HI07), que possibilitaram a dinâmica de exploração e comercialização de recursos extraídos no Brasil colonial para geração de riquezas na Europa.

Código BNCC Habilidade da área de História
EF04HI06 Identificar as transformações ocorridas nos processos de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou marginalização.
EF04HI07 Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

Relação das atividades com a BNCC de Língua Portuguesa

Conforme será detalhado nos próximos passos, as atividades que propomos para ensinar e aprender a estudar textos, além de favorecer a apropriação de conhecimentos históricos, contribuem para alcançar objetivos previstos nas diretrizes da área de Língua Portuguesa. 

Na medida em que os alunos são convidados a participar da leitura, comentário e análise de textos, espera-se que desenvolvam também conhecimentos letrados próprios dos campos de estudo e pesquisa, incluindo os eixos de:

  • Oralidade
  • Análise linguística/semiótica
  • Leitura/escuta
  • Produção de textos
Passo 2

Entender o texto para ensinar melhor

Para tomar decisões sobre como organizar o trabalho pedagógico em torno da leitura de um determinado texto, é importante atentar-se não só ao conteúdo histórico estudado, como também à forma em que ele é apresentado.

A partir de uma análise minuciosa das características da linguagem de cada texto, como a que apresentamos a seguir, é possível antecipar intervenções produtivas a serem incorporadas no seu planejamento.

Veja o resultado da anotação do texto

Depois de analisar detalhadamente o texto “A administração da colônia”, sugerimos elaborar um quadro de síntese que ajude a visualizar a relação entre conteúdo e linguagem que estará em jogo durante as atividades de leitura.

Veja o quadro de análise desse texto

Conforme pode ser visto no quadro acima, o texto começa localizando os participantes e acontecimentos no TEMPO, por meio da expressão “Até 1530”.

Dentre os PARTICIPANTES, destacam-se aqueles que se referem a agentes “não humanos”: alguns correspondem a objetos do mundo físico como “o pau-brasil” e “as Cartas de Foral”; a maioria são abstratos, como “Portugal”, “a colonização”, “o país colonizador”, “a colônia”, entre outros.

Com menor frequência, o texto apresenta participantes humanos, como “os donatários” (coletivo de pessoas a quem o governo português doou terras para assegurar o seu controle e proteção) e “o rei de Portugal” (indivíduo que detinha o poder e representação naquele país).

Os ACONTECIMENTOS relatam em que consistiu a ocupação efetiva do Brasil por parte dos portugueses e quais foram as estratégias de administração utilizadas pelos seus governantes:

  • “criou as capitanias hereditárias”
  • “estabeleceu o governo-geral”

Também são definidos conceitos históricos como metrópole, colônia e capitanias hereditárias, detalhando suas características e funções:

  • “A colônia devia produzir... e fornecer mercadorias...”
  • “As capitanias hereditárias eram…”

No que diz respeito à CAUSALIDADE, o texto explica a motivação do governo português ao colonizar o Brasil pelo uso de palavras que remetem a ações mentais (“o temor”, de temer; “o desejo”, de desejar) e de um verbo causal (“levaram”): “O temor de perder a terra para estrangeiros e o desejo de encontrar ouro e prata levaram Portugal a colonizar o Brasil”.

Ao longo do texto, há diversas expressões de finalidade e causalidade que explicitam outros motivos por trás das ações narradas. Por exemplo:

  • “A colonização foi a estratégia utilizada pelos governos dos países europeus para explorar os territórios americanos”.
  • “Portugal criou as capitanias hereditárias para organizar a administração e incentivar a organização do território”.
  • “Poucos donatários conseguiram manter e desenvolver as capitanias. Por isso, o rei de Portugal estabeleceu o governo-geral”.

Saiba mais

Para entender melhor as características do texto, alguns conceitos podem ser úteis.

1. Participantes não humanos (nominalizações): As palavras que apresentam “sobre quem” ou “sobre o que” o texto relata, descreve, explica podem ser substantivos que se referem a agentes humanos, indivíduos ou coletivos, ou agentes não humanos, concretos ou abstratos.

Dentre os participantes abstratos encontramos um fenômeno linguístico que merece especial atenção. Trata-se das nominalizações que consistem em expressar com um nome ou grupo nominal processos que comumente seriam ditos com um verbo conjugado e a explicitação de determinados participantes e circunstâncias.

Assim, as nominalizações encapsulam ou empacotam numa só palavra aquilo que normalmente seria exposto por várias palavras. Vejamos o seguinte exemplo:

MODERNA. Projeto Buriti – História. 5º ano, 1ª edição. p. 52. São Paulo, SP, 2011.

Os participantes ou tema dos enunciados são processos expressos pelas nominalizações “independência” e “escravidão”. Observemos as informações encapsuladas (ou “empacotadas”) nesses exemplos de nominalização:

2. Verbos causais: Com frequência, encontramos que a relação causal entre os acontecimentos descritos se estabelece mediante o uso de verbos. No lugar de introduzir um conector causal explícito, o texto apresenta acontecimentos que são a explicação de outros acontecimentos, cabendo ao leitor “desempacotar” as informações e compreender as relações lógicas estabelecidas pela sequência textual.

Alguns dos verbos que costumam expressar relação causal entre acontecimentos são: "resultar", "motivar", "ocasionar", "provocar", "causar", "incentivar", "alterar", "continuar", etc.

MODERNA. Projeto Buriti – História. 4º ano, 1ª edição. São Paulo, SP, 2011.
MODERNA. Projeto Buriti – História. 5º ano, 1ª edição. São Paulo, SP, 2011.

Como vimos, o uso de verbos causais pode vir acompanhado por nominalizações, o que exige que o leitor seja capaz de identificar os agentes dos acontecimentos e explicitar as relações de causa e efeito entre eles. No primeiro caso, por exemplo, o participante do acontecimento é a “necessidade” – trata-se de uma nominalização, um processo resumido em um nome. Diz-se que a necessidade... estimulou. Isto é, provocou, teve por consequência, ocasionou.

Passo 3

Usar a linguagem para melhorar compreensão

O texto “A administração da colônia” pode ser considerado uma explicação histórica, pois ao longo de sua organização em torno de quatro subtítulos:

  • explica um dos motivos que levaram Portugal a colonizar o Brasil, isto é, o temor de que outros navegadores europeus descobrissem as riquezas que tinham começado a explorar aqui;
  • explica o tipo de relação que foi imposta pelo país colonizador ao território ocupado; para isso,denomina o que era chamado de “metrópole” e de “colônia”, apresentando as funções de cada uma;
  • explica a finalidade com que foram criadas e distribuídas as “capitanias hereditárias” (“para incentivar a organização do território”), após definir esse conceito;
  • explica as razões pelas quais a coroa portuguesa estabeleceu o “governo-geral” no território brasileiro.

Em cada uma dessas “partes”, são utilizadas palavras que sintetizam processos, como por exemplo: administração, colonização, divisão, distribuição, ocupação, doação. Estes termos comunicam ações sem explicitar os agentes ou participantes responsáveis por elas.

Trata-se de um fenômeno próprio dos textos acadêmicos que merece atenção, já que aumenta a complexidade, e portanto, gera desafios para o trabalho de compreensão dos alunos.

Passo 4

Juntando as peças do quebra-cabeça

A seguir, propomos um conjunto de atividades a serem realizadas antes, durante e depois da leitura do texto "A administração da colônia", considerando os aspectos da linguagem que foram analisados nos passos anteriores.

Para te ajudar a enriquecer a implementação das atividades na prática, disponibilizamos explicações detalhadas e exemplos de perguntas-guia para cada etapa proposta.

Ao final da página, você poderá baixar gratuitamente os materiais necessários para o trabalho em sala de aula.

Antes da leitura

Como preparar os alunos para aprender com o texto?

Atividades para realizar em sala de aula

  • Resumir o que se conhece sobre o tema.
  • Pensar no texto a partir das imagens: Quem ou o que está representado? O que informa a legenda? O que as imagens comunicam sobre esses personagens
  • Pensar no texto a partir do título e dos subtítulos: O que significa administração? E colônia? Já ouviram esses termos antes?
  • Definir conceitos-chave: Explicar a importância de se atentar ao significado de determinadas palavras e, depois de apresentar um modelo coletivamente, dividir a turma em duplas para registrar suas antecipações sobre “quem fez o quê?”, a partir dos seguintes termos extraídos do texto.
    • ADMINISTRAÇÃO
    • COLONIZAÇÃO
    • DIVISÃO
    • DISTRIBUIÇÃO
    • OCUPAÇÃO
    • DOAÇÃO
Organização da turma Materiais
Esta atividade deve ocorrer em duas etapas: a primeira, conduzida pelo professor; a segunda, realizada em duplas.
  • Texto original.
  • Lousa ou cartaz para registrar as questões e conjecturas dos alunos.
  • Formato para os alunos registrarem suas antecipações sobre os termos extraídos do texto (veja modelo abaixo).

Formato para os alunos registrarem suas antecipações sobre os termos extraídos do texto.

Por isso, as perguntas e intervenções do professor devem:

  • Mobilizar o que os alunos já sabem, a fim de ancorar o estudo do texto nos seus conhecimentos prévios.
  • Ajudar a explicitar as dúvidas e curiosidades dos alunos sobre o conteúdo.

Dessa forma, é possível criar um propósito compartilhado para a leitura que oriente a recepção geral do texto.

Definir conceitos-chave

De acordo com a dificuldade do texto, devemos avaliar se é oportuno oferecer definições e explicações sobre o conteúdo e a estrutura do texto antes da leitura. As explicações prévias oferecidas preparam a mente dos alunos e garantem maior sucesso na compreensão inicial do texto:

  • definindo conceitos-chave que são de significado desconhecido para os aprendizes; ou
  • oferecendo uma versão dos fatos ou processos relatados em linguagem comum, antecipando também a ordem e a forma em que aparecem explicados no texto.

 

Exemplos de orientações e perguntas-guia

A partir de questões como essas, é possível ter acesso aos conhecimentos prévios dos alunos e explorar mais a fundo as conexões que estabelecem com os novos conteúdos estudados.

Por exemplo, no caso do texto “A administração da colônia”:

  • o termo “administração” pode remeter os alunos às “pessoas que administram”, aos “administradores”;
  • enquanto “colônia” pode levá-los a pensar em colônias de abelhas ou de formigas.

Com base nessas associações, vale perguntar: O que conseguem antecipar sobre aquilo que o texto apresentará sobre a “administração” do território brasileiro? Quem administrou o quê?

Durante a leitura

Como ler em voz alta para favorecer a compreensão?

Atividades para realizar em sala de aula

  • Realizar uma leitura expressiva, em voz alta, do texto: mudando a entonação para destacar os novos conceitos estudados.
  • Retomar as principais informações apresentadas e identificar a necessidade de releitura do texto, verificando conjuntamente as questões que ainda não foram resolvidas.
Organização da turma Materiais
Realização de forma coletiva
  • Texto original.
  • Lousa e formato para os alunos verificarem as hipóteses e conjecturas registradas antes da leitura.

Para isso, ouvir a leitura em voz alta feita por um leitor mais experiente pode ajudar a focalizar a atenção compartilhada dos alunos sobre o texto. Neste momento, algumas intervenções são importantes:

  • Antecipar formas de usar a sua voz e seus gestos para dar ênfase ao que o texto diz, a como diz, ao que quer dizer.
  • Promover a identificação conjunta de questões que não foram resolvidas e precisam de um estudo mais aprofundado do texto.

Como professor, você já estudou conosco aspectos relacionados ao conteúdo e à linguagem dos textos e, por essa razão, é capaz de ajudar os alunos a explicitar suas incompreensões e formular novas perguntas, motivando-os a participar das atividades de releitura e a realizar anotações no texto.

Realizar uma leitura expressiva, em voz alta, do texto

A leitura em voz alta que propomos é aquela feita pelo professor, que se coloca como modelo de leitor para seus alunos.

Por ter estudado o texto em profundidade e conhecer os objetivos de aprendizagem esperados, o professor consegue enriquecer a leitura com gestos faciais e corporais apropriados, modificando o volume e o tom de voz para ajudar a manter e guiar a atenção dos aprendizes.

O uso intencional da voz, dos gestos faciais e corporais estimula a percepção de maior número de detalhes e o acompanhamento do fluxo da informação e das relações expressas, dando aos alunos a oportunidade de pensar mais e melhor sobre aquilo que está sendo explicado no texto.

Identificar a necessidade de releitura do texto

Após a leitura em voz alta, o professor novamente será o encarregado de agir como modelo de quem formula perguntas ao texto e reconhece aquilo que ainda gera dúvidas, convidando os alunos a participar das atividades de releitura e anotação.

Questões como essa podem ajudar os estudantes a perceber a necessidade de ampliar a sua compreensão do vocabulário, bem como das relações entre as unidades informativas apresentadas no texto (de causalidade, temporalidade, composição, contraste).

Aprofundando a leitura

Como explorar juntos o vocabulário e a estrutura do texto?

Atividades para realizar em sala de aula

  • Anotar o texto, com apoio do cartaz ou do texto projetado, colocando em destaque:
    • Ele, seu, esse, aquele – a que ou a quem se referem essas palavras no texto?
    • Então, porque, depois, por isso, como – que funções cumprem essas palavras no texto?
  • Quem fez o quê? Por que? Para que? Analisar as relações entre os participantes e os processos-chave, desempacotando as informações “ocultas” nos verbos transformados em substantivos (ocupação, doação, administração, etc.).
Organização da turma Materiais
Realização de forma coletiva
  • Você precisará de uma versão do texto “espacializado” ou reformatado em cola et commata (seja uma transcrição na lousa, um cartaz impresso ou uma projeção utilizando datashow).
  • As crianças também devem ter acesso a uma folha com essa versão do texto.

Ao reler os textos com a mediação do professor, os alunos têm a oportunidade de identificar, localizar, anotar e comentar a linguagem utilizada para descrever, relatar, explicar o que aconteceu, com quem, como, por que, etc. Por sua vez, você como professor tem a chance de observar o raciocínio dos alunos para oferecer pistas ajustadas às necessidades de cada um no processo de aprendizagem. 

Para isso, propomos:

  • Retomar e aprofundar a compreensão das questões levantadas antes da primeira leitura desse texto em particular.
  • Colocar em prática um conjunto de procedimentos de análise, tanto do vocabulário quanto da organização do texto, a fim de que os alunos ganhem autonomia para enfrentar a tarefa de ler para aprender.

Ele, seu, esse, aquele – a que ou a quem se referem essas palavras no texto?

Durante o desenvolvimento textual, participantes, temas ou referentes são retomados de várias maneiras.

Ao ler com nossos alunos, podemos destacar e questionar o modo pelo qual se torna evidente a quem o texto se refere e qual a forma como se mantém falando sobre o mesmo ser/fato/objeto – em particular, por meio de pronomes pessoais ("ele", "ela", "eles"), possessivos ("seu", "sua"), demonstrativos ("esse", "este", "aquele"), marcas verbais de tempo e pessoa ("oficializavam", “estabeleciam”, "ocupou") e outros elementos que remetem a palavras ou enunciados do texto.

Após a leitura

Como ajudar os alunos a integrar o que aprenderam com o texto?

Atividades para realizar em sala de aula

Reescrever fragmentos textuais – definindo conceitos-chave do texto

  • Completar as definições dos conceitos-chave, utilizando os conteúdos estudados.
  • Contrastar as definições elaboradas antes e depois da leitura do texto.

 

Organização da turma Materiais
Realização em duplas Formato para os alunos registrarem suas definições, “antes de ler o texto” e “depois de ler o texto”.

Assim, espera-se que possam:

  • Usar o que compreenderam para reescrever o conteúdo do texto ou representá-lo esquematicamente (por meio de linhas do tempo, diagramas de fluxo, etc.).
  • Apropriar-se da linguagem dos textos na medida em que vão utilizando-a para comunicar o que aprenderam.
  • Explicitar as conquistas alcançadas e identificar aspectos que ainda precisam ser alvo do trabalho educativo.

Para isso é fundamental que o professor dê espaço para os alunos enfrentarem os desafios propostos, sem “atalhos” que os levem a uma resposta aparentemente certa mas que pouco os ajude a estabelecer conexões por si mesmos e explicitar seu próprio raciocínio para consolidar as aprendizagens propiciadas.

Reescrever fragmentos textuais

A atividade de reescrita de um texto oferece oportunidades valiosas para a apropriação de conhecimentos históricos e conhecimentos letrados. Quando propomos que os alunos formulem uma explicação sobre o tema estudado, não devemos esperar que o reproduzam de cor e nem literalmente, mas sim que escrevam textos com sentido, onde seja possível reconhecer as ideias que foram lidas e analisadas na fonte original.

Definir conceitos-chave

A produção de definições convencionais é uma tarefa complexa que exige conhecimento de uma estrutura genérica, utilizada com frequência nos dicionários. Trata-se da "definição aristotélica", baseada na fórmula esquemática: “X é um Y que Z”; onde “X” é o termo definido, “Y” é a categoria superordenada a que ele pertence e “Z” é uma ou mais características de “X”. Ou seja, inclui a classificação do termo em uma categoria superior e acrescenta a enumeração de seus principais atributos.

Exemplo da composição de uma definição convencional (entrada do dicionário Caldas Aulete Digital)

Outro tipo de definição, mais próxima da linguagem cotidiana, é aquela que apresenta exemplos para ilustrar o significado dos termos em questão:

  • "Um alvo é uma meta. É, por exemplo, quando nos propomos conseguir determinada coisa. Quando se diz que alguém foi exterminado, quer se dizer que essa pessoa foi morta."
  • "Se alguém derrota alguém, venceu-o."
  • "Se algo ou alguém avança, quer dizer que progride, evolui, desenvolve ou se estende."

Várias das atividades propostas para o estudo do vocabulário do texto podem contribuir para aproximar os aprendizes da compreensão e da formulação de definições convencionais: observar as definições oferecidas nos textos, livros ou glossários anexos; elaborar redes de palavras; analisar a composição dos termos-chave, sua localização e uso no texto; etc.

Por exemplo, para aprofundar o significado de palavras que “empacotam” processos realizados por agentes históricos específicos, os alunos de uma turma contrastaram as definições produzidas antes e depois de estudar o texto: