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Anotar o texto

As atividades de estudo da organização do texto visam oferecer aos aprendizes diversas experiências para a compreensão e apropriação da forma como a linguagem é utilizada nos textos acadêmicos para cumprir determinados fins (descrever, relatar, explicar, argumentar, etc.).

Os alunos serão convidados a assistir e a participar de numerosas releituras, comentários e anotações sobre o texto, assim como da construção de esquemas que ajudem durante as análises.

As propostas-chave para apoiar materialmente os processos de anotação do texto incluem:

  • a visualização do texto reformatado na lousa;
  • a disponibilização do texto reformatado em folhas que possam ser riscadas; e
  • a elaboração de diferentes tabelas, gráficos e esquemas para aprofundar a compreensão dos conteúdos lidos.

A atividade permite um aprofundamento nos fenômenos ou sucessos informados pelo texto, focalizando sua atenção nas relações estabelecidas entre os participantes e os processos citados nos fragmentos textuais em análise.

Durante a releitura do texto, é preciso mostrar aos alunos o modo de identificação dos participantes (nomes e grupos nominais) e dos processos e acontecimentos (verbos e grupos verbais), apoiando a análise oral com a anotação escrita. Podemos aproveitar o momento para desempacotar informações e, se for o caso, tornar evidente as ligações entre as informações (temporais, causais, finais, de composição, comparação, contraste, similaridade, exceção, etc.).

Como observamos nos exemplos, a partir de um fragmento textual é possível tornar visível aos aprendizes as relações que se estabelecem entre as diferentes unidades informativas. Para tanto, são úteis os seguintes procedimentos: reler, questionar, anotar ou transcrever em tabela e comentar.

Algumas questões gerais orientam a análise dos enunciados:

As anotações sobre o texto ou a análise em tabela também oferecem aos alunos a oportunidade de observar em maior detalhe as palavras utilizadas no texto para apresentar as informações. Cada um desses procedimentos gera oportunidades de aprofundamento nos conteúdos em estudo, de responder questionamentos, de elucidar dúvidas, de ressaltar novas compreensões, etc.

Durante o desenvolvimento textual, participantes, temas ou referentes são retomados de várias maneiras. Ao ler com nossos alunos, podemos destacar e questionar o modo pelo qual se torna evidente a quem o texto se refere e qual a forma como se mantém falando sobre o mesmo ser/fato/objeto – em particular, por meio de pronomes pessoais ("ele", "ela", "eles"), possessivos ("seu", "sua"), demonstrativos ("esse", "este", "aquele"), marcas verbais de tempo e pessoa ("encontraram", "lutaram", "procurou") e outros elementos que remetem a palavras ou enunciados do texto.

Com esse tipo de atividade os alunos podem se tornar sensíveis às palavras que oferecem indicações sobre as relações apresentadas no texto e assim são capazes de identificá-las – no caso dos textos de História, relações temporais e causais.

Durante a releitura e análise de trechos, podemos ressaltar e comentar tais palavras e/ou indagar por sua identificação. Por exemplo, durante a leitura de um texto organizado temporal e causalmente, ler com ênfase e sublinhar conectores como “então”, “porque”, “por isso”, “depois”, “quando”, “como”, “consequentemente”, etc. Nesse processo, vale questionar:

  • O que essa palavra está indicando?
  • O que quer dizer esse "por isso"?
  • O que vem depois no texto?
  • Que tipo de informação vamos encontrar a seguir?
  • Pois é, temos que estar atentos quando lemos e achamos um "por isso". Significa que o texto vai nos explicar as consequências ou efeitos de uma ação.

Esta atividade retoma o procedimento de espacialização do texto por unidades de informação, mas acrescenta a categorização da informação segmentada.

Ao realizar a segmentação, de acordo com os tipos de pergunta a que cada unidade responde (onde, quando, quem, o que, por que, para que, como, etc.), ajudamos as crianças a se aprofundarem no estudo do texto.

A proposta de trabalho inclui os seguintes procedimentos: reler, questionar e transcrever o texto em linhas e colunas – as linhas e colunas respeitam a sequência do texto, porém introduzem espaços entre as informações. É útil ir assinalando com o dedo a continuidade textual, da esquerda para a direita. Se oportuno, devemos convidar os alunos a indicar com flechas a ordem, a conexão ou a sequência da informação textual.

As colunas mudam de acordo com o texto. O que se mantém estável é a separação/focalização entre os participantes e os processos. À esquerda e à direita desse núcleo se localizam as informações complementares: circunstâncias de tempo, espaço, causalidade, modo, etc. Assim, a ordem de perguntas que o texto responde é flexível.

Enquanto realizamos o procedimento gráfico, temos oportunidades para introduzir comentários, desempacotar informações, explicitar relações, ressaltar o vocabulário-chave, formular novas perguntas sobre o assunto, etc.

Devemos realizar esse procedimento várias vezes, com diferentes textos e em múltiplas sessões, antes de propô-lo aos alunos de forma independente ou mesmo em pequenos grupos.

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