Fotos e ilustrações

Os textos de História costumam incorporar imagens ou representações pictóricas de acontecimentos (reproduções de quadros, por exemplo) que permitem visualizar os indivíduos, objetos e/ou lugares citados em suas passagens. Outros recursos gráficos encontrados nesses textos são os boxes informativos, os mapas, as linhas do tempo e os diagramas que possibilitam aprofundar, analisar ou identificar os conceitos e as relações apresentadas.

Negritos e palavras destacadas também são alguns dos meios utilizados para introduzir informação adicional ao texto.

No exemplo a seguir, vemos algumas gravuras que retratam indivíduos (D. Pedro I), objetos (Constituição) e situações (a escravidão continuou a ser praticada) referidos no texto.

MODERNA. Projeto Buriti – História. 5º ano, 1ᵃ edição. pp. 52-53. São Paulo, SP, 2011.

No exemplo, encontramos também palavras destacadas em amarelo e em negrito que se referem a termos-chave: as primeiras, definidas no glossário; as outras, indicando conceitos que serão retomados nas atividades.

Já na próxima figura, observamos a presença de outros tipos de elementos: um monumento que representa Pedro Álvares Cabral (personagem do texto); uma foto atual do provável lugar onde ele desembarcou ao chegar ao Brasil; um mapa das viagens mencionadas na passagem descrita; e um boxe que traz uma informação complementar ao texto principal.

MODERNA. Projeto Buriti – História. 4º ano, 1ᵃ edição. pp. 16-17. São Paulo, SP, 2011.

Agora, a reprodução de fotografias e a construção de uma linha do tempo, também ilustrada com fotografias.

MODERNA. Projeto Buriti – História. 5º ano, 1ᵃ edição. pp. 106-107. São Paulo, SP, 2011.

Diante da variedade de elementos gráficos presentes nos textos de História, podemos fazer uma distinção entre os que reproduzem evidências sobre eventos do passado dos que constituem análises, comentários e/ou representações alternativas sobre tais eventos:

• Os primeiros são aqueles que tiveram sua origem no momento histórico em questão (ou bem próximo a ele), como o quadro de D. Pedro I ou as fotografias que retratam o período da ditadura militar no Brasil.
• Os segundos, representações produzidas geralmente por historiadores e especialistas no ensino da História para registrar e explicar eventos do passado – neste caso, para uma audiência em particular: aprendizes iniciais de fatos históricos. Como exemplo, podemos citar o mapa das viagens de Bartolomeu Dias, de Vasco da Gama e de Cabral (extraído de um Atlas Histórico escolar) ou a linha do tempo que identifica os militares que ocuparam o cargo de presidente da república durante o período de ditadura estudado no texto.

Tal distinção corresponde à diferenciação entre as fontes primária e secundária. As fontes primárias incluem documentos que são peças de evidência das quais se utilizam os historiadores para estudar pessoas, objetos, eventos, etc. (diários, periódicos, inventários, placas, objetos, fotografias, ruínas). As fontes secundárias correspondem aos relatos, registros, análises e interpretações geradas a partir das fontes primárias. Coffin [1] observa que os livros didáticos de História costumam separar as fontes primárias das secundárias, em lugar de, à maneira dos historiadores, relacioná-las dentro de um argumento como evidências ou análises.

Nos dois tipos de representações, os elementos gráficos refletem conteúdos abordados no texto, mas não costumam ser referidos e nem comentados explicitamente nele. Ou seja, não há menção nos textos aos recursos gráficos e, portanto, não se explicita o modo como podem ser lidos e/ou interpretados. Não se encontram expressões do tipo: como se observa na pintura, ou como mostram as fotografias, ou ainda na linha do tempo podemos perceber, etc. Compreender a utilidade de tais elementos parece ficar a cargo de professores e alunos.

Referências bibliográficas

[1] Coffin, C. (2006). Historical discourse. The language of time, cause and evaluation. London: Continuum.

[2] Callaghan, T. C. (2000). Factors affecting children’s graphic symbol use in the third year language, similarity, and inconicity. Cognitive Development, 15(2), 185-214. http://doi.org/10.1016/S0885- 2014(00)00026-5